terça-feira, 26 de março de 2013

Expansão Marítima e Comercial Européia

No período da Alta Idade Média (entre os séculos V a X), as principais relações comerciais eram estabelecidas basicamente entre sudoeste da Ásia, norte da África e Europa.
Apenas a partir do século XV, que ao circundar a África no caminho para as Índias por Vasco da Gama, o descobrimento da Ámerica por Cristovão Colombo, é que aumentaram-se as regiões que produziam e consumiam, portanto aparecendo então um mercado mundial.
A expansão marítima vem a ser então a descoberta e surgimento do mercado mundial. Entre os séculos XV e XVI, com essa expansão comercial, é que houve a transição do feudalismo para o capitalismo, que nascia.
As grandes navegações vieram a ser possíveis também graças ao avanço das cartografias, com os conhecimentos geográficos, e desenvimento náutico como bússola, astrolábio, sextante, e principalmente a construção de embarcações que fossem capazes de realizar viagens de longa distância.
O Estado Nacional e centralização política foi também necessário devido uma complexa estrutura de material de navios, armas, homens e recursos financeiros.
Haviam muitos interesses também em jogo para que essas expansões comerciais ocorressem, da burguesia, dos nobres, do rei e também da Igreja. Porém a burguesia e o rei sobressaíram nesse contexto. A burguesia devido ser uma classe que nasceu do comércio e pretendia expandir, superando assim o monopólio que havia sido imposto por cidades italianas ao comércio de especiarias, precisando então de novas rotas e mercados. Aqui também é importante registrar que essa expansão só seria possível devido a um crescimento urbano da população, mais pessoas vivendo em uma região urbanizada e uma economia monetarizada, algo que já havia se iniciado alguns séculos antes, porém deixado um pouco de lado durante o feudalismo. Do outro lado o rei, bastante interessado em arrecadar mais moedas, ouro e prata, afim de mater seus exércitos e Estado.
Dois países chamaram atenção nesse período de expansão territorial marítima, que foram Portugal e Espanha. Portugal tinha uma vantagem de estar geograficamente bem localizado, voltado para o oceano Atlântico, além de estar internamente em paz em sua política e a burguesia anciosa por desenvolver seu comércio. Portugal ainda contava com um poder centralizado, o que era fundamental para essas grandes navegações. Esse Estado português está ligado à Guerra da Reconquista, uma luta entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica. A primeira dinastia portuguesa então foi a de Borgonha (a partir de 1143). Entre 1383 e 1385 a monarquia portuguesa se depara com o movimento político Revolução de Avis, que realiza a então centralização política, que estabelece uma aliança entre a burguesia mercantil com o mestre da Ordem de Avis, D. João. Essa dinastia fica reconhecida graças a sua expansão marítima, que tinha seu interesse particular como já foi dito anteriormente, também à nobreza, à Igreja e a burguesia. Uma outra característica importante portuguesa foi a criação da Escola de Sagres, especializada em estudos navais, dominando conhecimentos, aparatos e técnicas, o que facilitaria a navegação. Portugal então lançou-se ao mar e tomou Ceuta no norte da África, as Ilhas Madeiras e Açores no Atlântico, o Cabo Bojador, Cabo Verde, Vasco da Gama chega às Índias e Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Do lado espanhol, este tornaria-se um Estado em 1469 com a união de Isabel de Castela e Fernão de Aragão, importantes reinos cristãos que enfrentaram e expulsaram os mouros na Guerra da Reconquista.
Em 1492, Colombo se coloca a disposição da monarquia espanhola para desbravar novas terras. Acreditava que navegando para oeste chegaria no oriente, porém ao fazer isso chegou a um novo continente, a América. Américo Vespúcio (1492) informa que a terra encontrada por Colombo era um continente. E entre 1519 e 1522 Fernão de Magalhães realizaria a primeira viagem de circunavegação do globo.
Portugal e Espanha tornar-se-iam então as maiores potências mundiais nas navegações internacionais, automaticamente rivalizariam por uma "liderança". Tentaram através do papa Alexandre VI em 1493 fazer uma divisão onde passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, estariam divididos entre Portugal e Espanha. Portugal não aceita e em 1494 assinaria o Tratado de Tordesilhas, que não foi reconhecido pelas nações européias.
Ainda, nações como a inglesa e francesa também sairiam para o mar, e fundariam suas colônias na América, especialmente, no caso da inglesa, as famosas 13 colônias americanas que mais tarde seriam os Estados Unidos, e a francesa o atual Canadá.
Essas expansões comerciais marítimas acabariam por desenvolver um comércio no oceano Atlântico, nesse caso, em especial o comércio de escravos da África para o Brasil, a descoberta de metais preciosos (ouro e prata), novas terras americanas, africanas e até a asiáticas. Também ocorre expansão da cultura européia, já que consideravam-se civilizados, e os povos conquistados bárbaros, sem cultura. Portanto essa revolução comercial, Portugal, Espanha, Inglaterra e França, as cidades italianas que vendiam para demais cidades européias, acabariam quebrando esse comércio, e o fim desse monopólio.
Na expansão marítima, ocorreu ainda o fato chamado de mercantilismo, que especialmente durante os séculos XV a XVIII esses países buscavam suas especiarias, produtos exóticos na América para alimentar os desejos dos povos europeus. Além dos metais, fato que na Espanha por exemplo, desenvolveu-se o chamado metalismo, que o reino acreditava ser importante guardar em seus cofres metais preciosos como ouro e prata, já do lado francês, olhavam mais para a questão da balança comercial favorável, ou seja, vender mais do que se compra, exportar mais do que importar. Em Portugal desenvolveu-se o Pacto Colonial, onde a sua colônia passaria para sua metrópole matérias primas, e esta devolvia (vendia) produtos manufaturados e escravos, criando-se aí uma relação de dependência, o colonialismo.

 

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